quarta-feira, 11 de março de 2009

Um brisa democrática



Democracia. Palavra de língua diferente. Palavra para ressaltar aos mais celebradas virtudes, sinônimo de liberdade, educação e cultura. Palavra dos heróis, dos estadistas, dos salvadores da pátria. Palavra da elite, dos que crêem que podem fazer (quase) tudo... Nenhuma palavra foi mais falada, cantada, gritada e chorada nas últimas décadas em nosso Brasil, pois a democracia resume uma espécie de paraíso entre os homens; uma sociedade igualitária, fraterna, e para alegria dos pós-modernistas, plural. A democracia é bela, vibrante, um jardim florido celebrando o progresso humano na caminhada para uma sociedade justa. Porém, nem tudo são flores... As relações humanas são relações de poder. Nesse aspecto da sociedade reside não somente o poder para garantir a participação de todos, como igualmente o poder para garantir a participação de poucos. Para que estes poucos assim assumam, e continuem, no poder, não se faz necessário tirar de cena a democracia; é melhor reduzi-la ao interesses que lhe cabem: o voto. Uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens, e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.


Diante de tais fatos (e de outros) eu não poderia simplesmente seguir a procissão e tocar o sino. Em minha pequena caminhada política sempre procurei além do diálogo, o esclarecimento e a justiça. Quando falo nesta (a política), sinceramente não penso apenas em eleição e partido político; sim, há muito mais para fazer do que pedir votos.


Tal desejo para a política surgiu sem uma pretensão individual ou corporativa; o que quero, creio e luto é por um Brasil (realmente) democrático, sem as facetas de hoje; povo mais humano, mais igual, mais unido. Talvez alguém me pergunte: e as relações de poder? O poder deve surgir como oportunidade de transformar, conscientizar e servir. Minha estrutura gerada pela consciência do Evangelho de Cristo não me permite ter o poder pelo poder, viver com a vontade de mandar... Não sou nenhum herói e em minhas idéias não trago algo de tão novo ou tão perfeito; sou, como, muitos, apenas uma pessoa comum lutando por ideais comuns para que o que é bom, de boa fama e relevante seja para todos.

O leitor desse texto deve pensar: "Mais um convite para utopia de alguém fazendo política sentado." Viver em democracia é realmente algo bem distante do nosso cotidiano, contudo é preciso não parar de viver, de lutar, de fazer projeto (ao invés de sonhar sempre). Sim, eu acho que outro mundo é possível. Quanto a eu estar sentado, já estou caminhando... Alguém vem comigo?


"E que Deus dos céus nos dê agora, a beleza eterna que outra, nunca pensávamos achar..."


Léo Rodrigues

quinta-feira, 5 de março de 2009

Um Convite à Doce Revolução – O Reino é simples!



Artigo 1 – Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois, o Espírito da Vida em Cristo, livra o homem de toda culpa para sempre.

Artigo 2 – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os Sábados e Domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.

Artigo 3 – Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.

Parágrafo do Momento: Todas as flores serão de esperança; pois que todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois, o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.

Artigo 4 – Fica decretado que o homem não julgará mais o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar.

Parágrafo que nada pára: O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade para seu filhote voar.

Artigo 5 – Fica decretado que os homens estão livres e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silencio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez, e para todo aquele que encontre em seu caminhar.

Artigo 6 – Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.

Artigo 7 – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos, terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.

Artigo 8 – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.

Parágrafo único: Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.

Artigo 9 – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.

Artigo 10 – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.

Parágrafo certo: A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.

Artigo 11 – Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.

Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres, por isso, nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de minha amiga a sucuri dos igapós. Até a “comigo ninguém pode” está liberta para ser somente a bela planta que é.

Parágrafo da vida: Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.

Artigo 13 – Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gasofilácios se transformarão em baús de boas recordações; e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.

Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras, e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.

Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase “Deus pensa”, pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.

Artigo 16 – Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar.

Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.

Artigo 18 – Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo; e que melhor que a insinceridade é o silencio. Daqui para frente nenhum homem dirá “o Senhor me falou para dizer isto a ti”, pois, Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.

Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.

Artigo 20 – Amém!
Caio Fábio

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Rattus Eclesius


"Assim como são os homens são as criaturas."

Nos últimos dias pensei um pouco a cerca dessa frase; das peculiaridades que unem seres humanos e bichos. Claro que há vários atributos pertencentes aos animais que são refletidos nos homens (que dirão as fábulas), sendo que discorrer sobre todos seria uma tarefa um tanto penosa.

Para clarear ainda mais minha elucubrações, ao conversar com um amigo evangélico ouvi deste a seguinte afirmativa: "cara, eu como sou rato de igreja, já sabia o que iria ocorrer."
Já ouvi muitas vezes esta frase no âmbito religioso, como também já vi muitos "ratos" na política, futebol, organizações etc. Em particular, o rato de igreja é aquele indíviduo que já tem anos de instituição; já conviveu com todo tipo de situação (boa ou ruim) dentro da comunidade religiosa.

O rato de igreja é aquele que tem a experiência de saber como proceder em todos os casos, sabe as manias, o reflexo das situações e o discurso dos membros da instituição. Ora, poderiamos assim dizer que o tal "rato eclesial " (sim a ênfase será nesse ambiente) é um ser prudente, sábio, e por assim dizer, um bom líder. Poderia ser, entretanto os exemplos que tenho visto são totalmente contrários à figura apresentada.

Primeiramente porque os ratos não tem uma alimentação saudável; estes roedores se alimentam dos restos, dos cardápios pouco recomendáveis (ai, meu sofá!) e várias vezes, de lixo. Comida dos bastidores. Talvez por isso os ratos eclesiais sejam tão céticos; se alimentaram tanto dos entulhos, da comida servida por trás dos panos que perderam em suas bocas o sabor do novo, do saudável, do verdadeiro.

Certa vez falando a cerca da minha decisão de romper em definitivo com a igreja evangélica um conhecido me disse: "Rapaz, daqui a pouco tu vais precisar do sistema, vai dá na mesma coisa." Mentalidade do rato. Não pode ver algo sólido surgir das ruínas. Não consegue crer na possibilidade do novo, afinal, todo ratinho gosta de brincar no labirinto, onde tudo tem que se parecer igual.

Na falta do que é bom e gostoso, sobra o ato repetido. O rato não lê a Palavra (só a Escritura), não ora, apenas profere o discurso "florido-piedoso-justo" ouvido nos templos, não tem misericórdia por que esta é uma afronta ao manual de sobrevivência do labirinto. O rato só desenvolve a "criatividade" de se expandir; ratos são paridos aos montes, clones uns dos outros; desde os recantos tradicionais até os novos labirintos boacumbeiros evangélicos.

Talvez ao ler este texto você reconheça vários ratos de igreja e bem provável que você não veja como um deles. Lembre-se que o rato é pequeno, sorrateiro, gasta dias roendo um sofá e sua filosofia de vida vai crescendo na vida do mesmo modo.

Guarde na mente e sinta no coração.

Léo Rodrigues

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

E que comece a lição!!!



Dentre tantos blogs criados, eis que surge mais um...

Tal fato é o terror (no meu caso) de se criar um primeiro post. Porque a verdade é que queremos que muitos leiam nossas postagens, então para fugir da concorrência precisamos ser criativos, originais, atuais, com um Q de algo mais que não se vê todo dia.
Sinceramente, não é o caso deste blog...
O criei para "andar" na simplicidade da vida, na justiça que grita e faz e na proposta que se realiza.

Criei para ser veículos de paz, confissões, da demonstração do perdão e das boas novas.

Lugar de encontro e de serviço; em que puder lhe ajudar, estou aqui...

Pois é, a lição que todos nós devemos aprender começa agora. Lembrando que só há um Mestre (Senhor Jesus) e só um palco (a vida).


Abraço temperado...
Léo Rodrigues