"Assim como são os homens são as criaturas."
Nos últimos dias pensei um pouco a cerca dessa frase; das peculiaridades que unem seres humanos e bichos. Claro que há vários atributos pertencentes aos animais que são refletidos nos homens (que dirão as fábulas), sendo que discorrer sobre todos seria uma tarefa um tanto penosa.
Para clarear ainda mais minha elucubrações, ao conversar com um amigo evangélico ouvi deste a seguinte afirmativa: "cara, eu como sou rato de igreja, já sabia o que iria ocorrer."
Já ouvi muitas vezes esta frase no âmbito religioso, como também já vi muitos "ratos" na política, futebol, organizações etc. Em particular, o rato de igreja é aquele indíviduo que já tem anos de instituição; já conviveu com todo tipo de situação (boa ou ruim) dentro da comunidade religiosa.
O rato de igreja é aquele que tem a experiência de saber como proceder em todos os casos, sabe as manias, o reflexo das situações e o discurso dos membros da instituição. Ora, poderiamos assim dizer que o tal "rato eclesial " (sim a ênfase será nesse ambiente) é um ser prudente, sábio, e por assim dizer, um bom líder. Poderia ser, entretanto os exemplos que tenho visto são totalmente contrários à figura apresentada.
Primeiramente porque os ratos não tem uma alimentação saudável; estes roedores se alimentam dos restos, dos cardápios pouco recomendáveis (ai, meu sofá!) e várias vezes, de lixo. Comida dos bastidores. Talvez por isso os ratos eclesiais sejam tão céticos; se alimentaram tanto dos entulhos, da comida servida por trás dos panos que perderam em suas bocas o sabor do novo, do saudável, do verdadeiro.
Certa vez falando a cerca da minha decisão de romper em definitivo com a igreja evangélica um conhecido me disse: "Rapaz, daqui a pouco tu vais precisar do sistema, vai dá na mesma coisa." Mentalidade do rato. Não pode ver algo sólido surgir das ruínas. Não consegue crer na possibilidade do novo, afinal, todo ratinho gosta de brincar no labirinto, onde tudo tem que se parecer igual.
Na falta do que é bom e gostoso, sobra o ato repetido. O rato não lê a Palavra (só a Escritura), não ora, apenas profere o discurso "florido-piedoso-justo" ouvido nos templos, não tem misericórdia por que esta é uma afronta ao manual de sobrevivência do labirinto. O rato só desenvolve a "criatividade" de se expandir; ratos são paridos aos montes, clones uns dos outros; desde os recantos tradicionais até os novos labirintos boacumbeiros evangélicos.
Talvez ao ler este texto você reconheça vários ratos de igreja e bem provável que você não veja como um deles. Lembre-se que o rato é pequeno, sorrateiro, gasta dias roendo um sofá e sua filosofia de vida vai crescendo na vida do mesmo modo.
Guarde na mente e sinta no coração.
Léo Rodrigues